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quarta-feira, 7 de abril de 2010

VINHO

Em que Reino, em que Século, sob que silenciosa
Conjunção dos Astros, em que dia secreto
Que o mármore não salvou, surgiu a valorosa
E singular ideia de inventar a Alegria?
Com Outonos de ouro a inventaram.
O Vinho flui rubro ao longo das gerações
Como o rio do tempo e no árduo caminho
Nos invada sua música, seu fogo e seus leões.
Na noite do júbilo ou na jornada adversa
Exalta a alegria ou mitiga o espanto
E a exaltação nova que este dia lhe canto
Outrora a cantaram o Árabe e o Persa.
Vinho, ensina-me a arte de ver minha própria história
Como se esta já fora cinza na memória...
De Jorge Luís Borges.

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