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sábado, 11 de abril de 2009

AS ÁGUAS QUE NOS MOVEM


As águas da lagoa movem-se lentamente para lá e para cá como se fosse um jogo sincronizado daqueles operados pelos mecanismos de um computador.
Sem o grego Tales na distante Mileto, no século VI a.C. não entenderíamos a imprescindível e vital importância das águas. Também, sem os seus compatriotas seria impossível discutir as idéias que nos movem e o indizível movimento do mundo.
Há os que passam sem ver, há os que vêem e não percebem, há os que sugam a água da lagoa para irrigar os arrozais exportáveis e permutá-los na mais alta cotação do mercado mundial.Conta-se que Tales vivia distraído contemplando o céu apesar de ser um homem bom de cálculo já que calculou com precisão o eclipse que aconteceu séculos depois dele. Apesar disso, tropeçou numa pedra e foi motivo de risos pelos transeuntes. Os que riram dele viam as pedras e não as percebiam, pouco se importavam com as águas, com o movimento. Perceber é mais que ver. Perceber é aguçar os sentidos e percorrer o âmago da alma e os labirintos da razão.Foi Tales quem disse que tudo era úmido e, nós humanos somos tal e quais as águas da lagoa. Mas, como transeuntes vêem e não percebem que o úmido se esgota a cada dia, que o ar que respiramos está quase estático com o efeito estufa. Afinal, o que é que nos temos ver com isso e o para que esse Tales foi buscar o arché.
Dedico aos percebem o mundo e cuidam dele.

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