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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A sorte nossa de cada dia

Viaduto do Chá, no centro de São Paulo, a mulher joga cartas tentando advinhar a sorte dos transeuntes. O moço ao lado conversa animado, talvez tenha acertado a sorte na companhia da bonita pitonisa cor de canela.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Não conte com as galinhas

Não conte com as galinhas
A filha de um fazendeiro saiu para ordenar as vacas e dirigiu-se à leiteria carregando na cabeça um pote de leite. Enquanto caminhava, deixou-se embalar pelos seguintes devaneios: "O leite desse pote há de produzir nata; e com a nata vou fazer manteiga e vou vendê-la no mercado. Com o dinheiro, hei de comprar uma porção de ovos. Os ovos vão ser chocados e hão de produzir galinhas, e logo, logo, hei de possuir uma enorme granja".

Esopo. " Vendedora de leite e seu pote"

A vendedora, de acordo com ESOPO,a partir do leite, entusiasma-se com possibilidade de rendimento e de prosperidade financeira. Com as galinhas poderá comprar vestidos para atrair a atenção dos jovens pretendentes. No seu delírio megalomaníaco diz:
"Vou virar-lhe o rosto e não lhes dirigirei sequer a palavra".Imersa nos sonhos de grandeza, esquece do leite - a única coisa que na realidade possui.O leite entornado enterra os sonhos de carreira brilhante.
Baseia-se em fatos incertos, "contando com a galinha antes que os ovos sejam chocados".

Apesar da moral de Esopo estar plena de obviedade, na nossa realidade circundante nos deparamos com as falsas promessas de riqueza fácil, manifesta nas manchetes midíaticas dos especuladores de plantão

Dona Mimi não foi à escola

DONA MIMI NÃO FOI À ESCOLA
Ivone Bengochea
Dona Mimi acordou como de costume, no horário de sempre. Provavelmente, impulsionada pelo hábito de anos a fio contemplando o espetáculo do alvorecer. Acolhia o sol com os primeiros raios e, assim, como num ritual amoroso, curtia aquele abraço solar e o perfume inebriante que vinha do jardim florido que ela mesma semeou com desvelo, no transcurso dos anos. O calor do sol e o perfume das flores transmutavam-se em lenitivos para sua alma aflita, encorajando-a a enfrentar as agruras do cotidiano. Aqueles raios sol eram um pouco dos seus muitos amores que se perderam nos labirintos dos tempos mas que foram sublimados no afeto das crianças e dos jovens a quem se dedicou a ensinar por 30 anos. Os corações e as mentes de várias gerações foram tocados pelo condão mágico do amor que só ela experimentava e, talvez por desígnios dos deuses, especialmente da musa Clio, escolhera história como disciplina escolar. E, assim, desde o dia de sua formatura, reafirmou seu pacto com a Minemósine, a deusa da memória, para captar todos os instantes do mundo, às vezes espetacularmente belos, e
outras vezes tragicamente horrendos. Horror, como dizia o poeta Mario Quintana é uma palavra com os cabelos em pé.

Ela, que sempre se vangloriou de conviver harmoniosamente com o tempo, estava ali perplexa diante do registro de sua aposentadoria no diário oficial. Falou baixinho: são 30 anos de trabalho. E o que são 30 anos? Afinal, o tempo é como uma criança que joga as pedrinhas no rio da vida sem se preocupar em contá-las, fascinado pelos círculos que se desenhava, nos espelhos da água. Mas, Dona Mimi , professora de história, paradoxalmente, sentia-se atemporal apesar de que nos documentos fosse considerada longeva adentrada nos anos. Por isso, em cada alvorecer bebia o néctar das flores e se iluminava com os raios de sol e se fortalecia para uma nova jornada, sempre renovada, com suas múltiplas facetas. Facetas que as mulheres como ela dobram e desdobram como um orgami japonês para conciliar os inúmeros encargos que lhes são confiados. Persistente, Mimi foi sempre vaidosa a brigar com o espelho porque o que a atemorizava não era o peso do tempo mas como lidar com ele. Como se tem conhecimento nunca ninguém provou que Cronos, deus do tempo, portasse uma balança. Sabe-se sim que Cronos devorava os filhos para que não lhe arrebatassem o trono, até que um dia a sua esposa, Reia, enganando-o salvou um menino que veio a ser Zeus, o deus dos deuses no Olimpo. Mimi era apaixonada por Zeus porque do amor dele com deusa da Memória que nasceu as nove musas, entre elas Clio a protetora da história. Por sua vez, a memória, é a iconografia da lembrança, até mesmo daquilo que persistimos em esquecer, mas que urge lembrar, como os acontecimentos sombrios da crueldade humana, o doloroso calvário daqueles que perseguiram os ideais de justiça para o bem da humanidade.

Mnemósine, deusa da memória, segundo a Teogonia de Hesíodo, é associada á luz do dia e a beleza de Apolo, deus do sol, e se opõe à deusa do esquecimento, Lethe. As duas deusas têm seus direitos e áreas de atuação definidas, já que para os humanos lembrar e esquecer são escolhas e caminhos possíveis Tudo deságua no emaranhado de lembranças e esquecimento nas almas dos homens.

Aposentada, dona Mimi não foi à escola, mas também não se recolheu aos seus aposentos, apenas rememorou em cada detalhe o convívio com rosas de seu jardim que cultivou com o mesmo esmero que ajudou iluminar as gerações de alunos com a luz da milenar sabedoria, que não provem do saber pronto que adormece cristalizado na fria letra impressa, mas é essencialmente dinâmico no sentido grego da aletheia que se traduz por desvelar (tirar o véu), daquilo que se esconde sob as aparências, de perseguir a luz tênue que perpassa as fendas da caverna platônica, onde os homens ali viveram acorrentados sem conhecer a luz do sol.

No desdobrar-se o humano, demasiado humano como diria o filósofo Nietzsche, estão os seus inúmeros alunos: mulheres e homens famosos e anônimos, todos eles com seus tormentos inexprimíveis, seres diferentes que se aproximam e se distanciam e impelidos na procura de uma vida bem ou mal sucedida numa sinuosa que transcende o aqui e agora. Enfim, é a existência, um privilégio singularmente humano, uma compreensão da clareza que o ser humano não é um dado pronto e estável, mas um encargo, um risco de ganhar-se e perder-se. Para dona Mimi foram 30 anos de uma experiência de vida singular, identificada com o saber, com o apaixonado com o místico. Agora, é o tempo de sair dos aposentos para aproximar-se do rio dos sonhos, transcendendo e vasculhando as ruínas dos tempos e vislumbrar as utopias perdidas. E, principalmente reacender a chama do amor que nunca se apaga no coração de uma professora idealista como ela.

noites de Porto Alegre

Noites tropicais, estrelas tímidas no firmamento e sonhos que advinham o amanhecer. Prenúncios e anúncios do dia de domingo onde tudo é permitido, inclusive ouvir uma boa música e curtir a preguiça.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Es el amor deseo?

¿Es el amor deseo?

Apolo y Dafne es una estatua realizada por el italiano Bernini... entre los años 1621 y 1624. Pertenece al estilo barroco.

Se trata de una escultura a tamaño real de mármol, expuesta en la Galleria Borghese en Roma.

Cuenta el mito que Apolo quiso competir con Eros en el arte de lanzar flechas. Eros, molesto por la arrogancia de Apolo, ideó vengarse de él. Para ello lanzó al hermoso dios una flecha de oro, que causa un amor inmediato a quien hiere; por el contrario, hirió a la ninfa Dafne con una flecha de plomo, que causa el rechazo amoroso. Así que cuando Apolo vio un día a Dafne se sintió herido de amor y se lanzó en su persecución. Pero Dafne, que sufría el efecto contrario, huyó de él. Y la ninfa corrió y corrió hasta que agotada pidió ayuda a su madre, la cual determino convertir a Dafne en laurel. Cuando Apolo alcanzó a Dafne, ésta iniciaba la transformación su cuerpo se cubrió de dura corteza, sus pies fueron raíces que se hincaban en el suelo y su cabello se llenó de hojas. Apolo se abrazó al árbol y se echó a llorar. Y dijo Puesto que no puedes ser mi mujer, serás mi árbol predilecto y tus hojas, siempre verdes, coronarán las cabezas de las gentes en señal de victoria

La transformación la relata Ovidio en sus Metamorfosis. Este mito ilustra el origen de uno de los símbolos típicos del dios, la corona de laurel.

Bernini captura la transformación de Dafne con intensa emoción, retratando las diferentes etapas de sus cambios. Al igual que sucede en otra de sus obras, el Rapto de Proserpina, la obra nos pide que interactuemos con ella vista desde la espalda de Apolo, la figura de Dafne queda oculta, mostrándonos sólo el árbol en que se transforma, de modo que girando alrededor de la estatua tenemos una visión en el tiempo de la metamorfosis de la ninfa.

La contraposición de los elementos y el uso del claroscuro reflejan la fuente de la escultura helenística de la que bebe Bernini.

También en el periodo helenístico existía esta percepción de Apolo como un muchacho andrógino, joven y delgado, con un peinado casi femenino, aspectos representados también en esta estatua.

Aunque Apolo predicaba la virtud griega de la sophrosyne, la moderación y la sobriedad, esta estatua le muestra persiguiendo desesperadamente a su amor, en vano.

Esta escultura se inspiró en el Apolo Belvedere de Leocares. La composición se realiza en plano-relieve, encontrándose llena de dinamismo y difuminación. El grito de horror de Dafne y el rostro perplejo de Apolo nos muestran un contraste de actitudes y aspectos que reflejan