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quarta-feira, 15 de abril de 2009

SEM AULAS, SEM PISO, SEMPRE O MESMO ACERCA DO MESMO



Neste outono não são só as folhas que estão caindo e nem só o piso salarial dos professores neste nosso Estado do Rio Grande do Sul, nossas façanhas não cabem mais na sala de aula?Não queremos gracejar com trocadilhos infames, mas também é nossa obrigação fazer crônica das catástrofes anunciadas.Sem tetos perabulam pelas cidades, dormem nas ruas, nas praças, no piso duro das calçadas, parece uma cena banal. Sem aulas, escolas fechadas, turmas enturmadas, "façanhas que não devem de servir de modelo a toda a terra".
Mas, é a nossa terra o palco dos acontecimentos, abaixo do Mambituba existe pecado sim.Pasmem os nordestinos, os nortistas e todos os irmãos brasileiros! A governadora Yeda Crusius é professora de economia com uma carreira brilhante, a secretária da educação Mariza Abreu é professora de história, concursada pela Câmara dos Deputados, militante política, sindicalista, com passagens pelo CPERS- sindicato. São elas as idealizadoras e gestoras da política educacional do estado do Rio Grande do Sul.
As escolas recentemente fechadas, dentro da lógica utilitarista e saneadora do governo, já têm finalidade imediata - servirão de albergue para os presos que cumprem pena em regime aberto - utilidade nobre sim e necessária. A lógica da professora de economia é o saneamento das finanças.
Poupar tostão por tostão!
Ninguém pode acusar a professora de história de não se utilizar da dialética: presidios abertos e escolas fechadas podem ser a tese e antítese. A síntese, nem os deuses do Olimpo arriscariam prognóstico.
Sem falar nas escolas itinerantes do MST, fechadas, lacradas, perigosas.As crianças dos sem-terras que frequentavam as escolas itinerantes podem ser mais perigosas que as crianças dos sem-tetos que nem escolas tem? Para os sem terrinhas havia uma escola que os acompanhavam nos deslocamentos em busca da terra. Para os meninos dos sem-tetos há leito da rua, o crack, o loló enfim, a dura escola da crueldade que aponta para o itinerário dos presídios. Afinal, escola, presídio, piso, teto, terra, casas, educação, professores, alunos são temas banais nas veredas urbanas.
Tudo no mundo é "sempre o mesmo acerca do mesmo" como afirmou Sócrates quando questionado sobre o que dialogava com seus alunos . A foto da ZH de hoje, 15/04/2009, do fotógrafo Marcelo Oliveira, vale mais que mil palavras: uma escola em Cachoeirinha, na grande Porto Alegre, sem aula e sem piso. Nós filósofos somos muito chatos vivemos desvendar a banalidade do banal. Talvez por isso, a Filosofia e a Sociologia, mesmo sendo legalmente obrigatórias, não estejam sendo devidamente ensinadas nas escolas públicas gaúchas.

Um comentário:

  1. Oi, Ivone. Essa imagem diz tudo mesmo. Aqui um link pra um artigo de opinião de minha autoria que também trata da situação da educação, intitulada "Professor: Profissão de Risco?". Um abraço, Zé Roig.

    http://controlverso.blogspot.com/2009/04/profissao-profissao-de-risco.html

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